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A Televisão como Mensageira Progressista

Seja o aparelho o ponto de atenção ou apenas o som no plano de fundo, a televisão faz parte de nossas vidas, e constantemente entrega mensagens progressistas que mostram não só as mudanças sociais, mas também explicam e normalizam conceitos, comportamentos e ideias.

A televisão surge como um novo meio poderoso de comunicação, que consegue agregar as funcionalidades do impresso, do rádio e do cinema em um só produto, e que inaugura uma nova relação com o espectador. Nossa relação com a televisão às vezes é um pouco estremecida, mas sempre está lá. Desde a primeira transmissão no Brasil aos dias de hoje, são 70 anos de “amizade”, passando por diferentes transformações políticas, sociais, econômicas e de comportamento.


Tecnologia cultural

A televisão mudou nosso mundo (assim como várias outras tecnologias, como o motor a vapor, ou a mecanização do trabalho). Se pararmos para pensar nos momentos históricos que marcaram o desenvolvimento de novas tecnologias culturais de comunicação, veremos que é nos momentos de crise que esses sistemas são aprimorados. Com sua grande capacidade de “comunicação de massa” (mesmo que pautada em aparelhos individuais), a televisão logo está no centro da distribuição e do controle do conhecimento. Logo surge uma preocupação principalmente em relação às crianças, e o que elas estavam consumindo e aprendendo com os aparelhos; afinal, todas as coisas se misturavam facilmente na pequena tela.


Confrontando tabus

A televisão logo se mostra um meio de fácil acesso, e que permite a distribuição de conhecimentos, informações e entretenimento. E, se apropriando da ideia de educar e servir ao progresso, confronta diversos tabus sociais e políticos, principalmente nas questões de moda e relacionamentos. Podemos citar, por exemplo, o primeiro casal a ser visto dividindo a mesma cama, o primeiro beijo interracial, a normalização de mulheres usando calças e outras peças consideradas masculinas, até mesmo beijos entre pessoas do mesmo sexo. A televisão sempre está olhando para a frente, mesmo que pareça que demore, ou que ande a passos pequenos, e está sempre ligada às gerações que transformam a sociedade, e derrubam tabus envolvendo educação sexual, gênero, raça, credo e classe.


Liberdade demais?

No Brasil, principalmente durante a redemocratização, a televisão passou a ter liberdades quase que infinitas. Depois de um longo período de censura e controle sobre a liberdade de expressão, era hora de testar não só o que era permitido, mas também até onde o público gostaria de ir. E isso levou a programas “liberais em excesso” nos anos 1990, como os dominicais recheados de mulheres com biquínis mínimos lutando contra homens de sunga em uma banheira cheia de sabão, e ângulos ginecológicos em assistentes de palco (que também usavam roupas mínimas), enquanto o apresentador aparece de terno e gravata nas casas de várias famílias na hora do almoço. Esses programas contribuíram para a liberação sexual que antes era vista nas pornochanchadas, mas tiveram um impacto negativo na representatividade sexualizada da mulher brasileira. A partir desses programas, faixas etárias indicativas e a maior participação de mulheres nos bastidores melhorou essa relação entre espectador e televisão, e entendemos o que é ter “liberdade demais”.


Representatividade

Hoje, o caminho está na representatividade. Há claramente uma falta de pessoas diversas na televisão, principalmente de pessoas negras, que compõem mais da metade da população do Brasil, mas que ainda precisa lutar para sair de estereótipos e papéis coadjuvantes e rasos. Mesmo sendo palco de grande avanço nos últimos anos, ainda falhamos em colocar negros, amarelos e indígenas em papéis de protagonismo, representar pessoas de orientações sexuais e de gênero diferentes, e até indivíduos com algum tipo de deficiência.


A televisão caminha às vezes a passos de formiga; outras, a passos largos. Há muito o que mudar, o que repensar, mas de uma coisa podemos ter certeza: a televisão caminha e, na maioria das vezes, caminha à frente do seu tempo.


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