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O Paradoxo da Escolha


Opções. Muitas. Opções demais. Qual restaurante para o almoço? Qual sabor de pizza? Qual filme assistir? Nossas vidas são dominadas pelas escolhas que fazemos (ou não). E ficamos insatisfeitos se há poucas opções - ou o que entendemos como poucas opções -, já que, como seres guiados pelo raciocínio, ter poucas opções é estar limitado e, como o contrário é válido, ter mais opções resulta em decisões melhores ponderadas, ou seja, melhores e, por consequência, mais satisfatórias. Mas não é bem assim.


O poder da escolha

Desde quando a internet se tornou um dos principais meios de comunicação e marketing, vemos surgir empresas que oferecem cada vez mais opções para seu público. O intuito é reunir uma quantidade variada de opções para que pelo menos uma agrade - e gere a compra. Em quantos links clicamos antes de encontrar o que queremos? Quantos produtos colocamos em nossos carrinhos de compra até tomarmos a decisão final? A escolha não é só uma decisão racional; ela é, antes de tudo, emocional e empática: não consumimos apenas pelo preço ou pela cor, e sim pelo conjunto de possibilidades e oportunidades.


A chance de escolha

O consumidor precisa ter a chance de escolha. E ao contrário da concepção de “mais escolhas equivalem a mais liberdade”, o psicólogo estadunidense Barry Schwartz entende que a quantidade absurda de opções gera uma insatisfação, um fenômeno que ganhou o nome Paradoxo da Escolha (2004). A teoria de Schwartz considera que a atual insatisfação generalizada da sociedade globalizada contemporânea se deve ao excesso de possibilidades de escolha: a insatisfação crônica se instala aqui, afinal, escolher uma é deixar todas as outras para trás. Desta forma, escolhas demais podem até mesmo paralisar o indivíduo e serem um pouco opressivas.


O streaming

O paradoxo de Barry Schwartz pode ser aplicado a todas as áreas de consumo, independente do produto. Se aplicarmos esse conceito para a quantidade de produções audiovisuais que temos disponíveis, o sempre crescente número de opções sob demanda pode ser comparado, como no livro de Schwartz, à cidade de Nova Iorque: para uma pessoa do interior, a sensação é de completo esmagamento, enquanto para que alguém que já está habituado a grandes cidades o impacto é muito menor. Hoje nossas possibilidades de escolha são tantas, que até viraram um meme bem popular, sobre passarmos mais tempo olhando os catálogos para decidir o que assistir que efetivamente vendo algo.


Nichos

Apesar da quantidade impressionante de títulos disponíveis nas diferentes plataformas e a dificuldade que temos em escolher, o mercado de nichos funciona. Em estudo realizado por Thiago Belisário, mestrando da FGV, chegou-se à conclusão que ter mais opções resulta em não só maior conversão de vendas, como também uma identificação maior com o produto escolhido. Isso acontece justamente pelo compromisso que devemos ter com o que foi escolhido, já que deixamos várias outras possibilidades para trás. No audiovisual, isso também acontece: existe sim um público para cada categoria, e mostrar a variedade de títulos disponíveis atrai mais assinantes. Sim, já somos moradores de cidade grande quando falamos de streaming.


Menos é mais

Quando se trata de escolhas, mais pode ser menos se pensarmos em saúde mental. Para Schwartz, a eliminação de escolhas pode reduzir muito o estresse, a ansiedade e o sentimento de perda de tempo. Em onze passos práticos, Barry Schwartz nos ensina a como limitar as escolhas a um número prático e que não nos esmague, ter a disciplina para se concentrar nas escolhas mais importantes, e obter maior satisfação nas escolhas que já fizemos ou vamos fazer.


Escolhas são o grande motor de nossas vidas. O que escolhemos diariamente nos leva a caminhos diversos, de infinitas possibilidades, e hoje temos mais do que o mundo disponível para escolhermos, para assistir, para assinar, para comprar… E sim, somos todos moradores de cidades grandes quando vemos um grande catálogo, mesmo que às vezes este nos esmague com a quantidade de opções. Tudo bem se sentir esmagado pela enxurrada de conteúdo que recebemos todos os dias de vez em quando. O segredo é lidar com as possibilidades de forma racional e objetiva, e estar grato pelas escolhas que tomar.


Na Onze Trinta não nos limitamos: nossas habilidades se estendem em várias categorias, e estamos sempre atrás de inovação para conquistar novos espaços e novas possibilidades. Conheça o que temos a oferecer.

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