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Wes Anderson e a Direção de Arte

Os filmes do diretor Wes Anderson são conhecidos por seu forte apelo estético assim como seus enquadramentos e cores impecáveis. Nesta semana no Blog da Onze Trinta discutimos a relação do diretor com a Direção de Arte Audiovisual.



Paleta de cores marcada, linhas precisas, enquadramentos planejados com perfeição. Falar sobre Wes Anderson é entender que o cinema é muito visual, e que o planejamento desta linguagem faz toda diferença na apreciação da trama. Com forte apelo na área, podemos reconhecer suas obras de longe, em uma pequena televisão e com o som desligado.


Personagens peculiares

Não é só na visualidade que vemos um estilo marcado; os personagens do diretor também são pessoas (e animais) específicos e criados meticulosamente para se encaixarem nos pequenos mundos que habitam na tela. Peculiares, causam identificação com o espectador. O diretor não os vê como marionetes; pelo contrário. De acordo com o crítico de cinema Mark Olsen em seu artigo “If I Can Dream: The Everlasting Boyhoods of Wes Anderson”, de 1999, Wes Anderson está ao lado de seus personagens - e até atrás deles, os incentivando, como miniaturas do sonho americano, cada um em sua ambição, cada um em busca de seu objetivo. Apesar de o artigo ter completado duas décadas, ainda podemos ver, até em seus filmes mais recentes, essa identificação com cada personagem, e o cuidado com cada um.


Câmera, personagem, cenário e simetria

Se seus personagens são peculiares e excêntricos, é porque os pequenos mundos criados pelo diretor não fogem dessa característica. Na maioria se seus filmes, existe uma relação de muito rigor e até um tanto obsessiva entre a câmera e o que é filmado, personagem e cenário. Planos frontais, simetricamente capturados. Seja em um belo plano aberto que destaca o cenário ou em planos médios em que o destaque é o personagem, a simetria está ali, plena e perfeita. Mas os planos fixos não impedem que Anderson experimente relações simétricas também em movimento. Há pouca câmera na mão, e seu plano é organizado meticulosamente, como um relógio suíço montado artesanalmente.


Cores, cores e cores

Micro-universos criados especialmente para cada situação. Assim é a direção de arte dos filmes de Wes Anderson. Talvez seja, inclusive, a primeira coisa que notamos e que nos marca como um filme do diretor. Além dos cenários meticulosamente montados - com montagem e objetos de cena escolhidos a dedo para contar não só a narrativa geral mas cada pequeno universo de cada personagem -, há um outro fator inconfundível em seus filmes: as cores. O que une as partes de seus filmes são as paletas de cores cuidadosamente aplicadas em cada cena, e o diretor as usa também como formas de comentários sociais implícitos, principalmente no seu talento em esconder momentos sombrios em comédia. E as cores servem para conduzir o espectador a olhar além do visto na tela, olhar para as aproximações, para os destaques e para as concordâncias de tons entre cenários e personagens.


Animação e live action

Que o diretor é talentoso e possui uma genialidade digna de o colocar entre os mais conhecidos e ovacionados dos últimos tempos é absolutamente verdade. Mas sua estética não fica apenas em filmes live action: o diretor consegue imprimir seu estilo característico até em animações. Seu trabalho mais conhecido na técnica stop-motion é O Fantástico Senhor Raposo, de 2009. O diretor experimentou novamente com a técnica em Ilha dos Cachorros, de 2018. Em ambos podemos perceber que o estilo de Anderson está ali: a sua preocupação com os detalhes e, principalmente, com a direção de arte está clara. Os filmes inclusive fazem comentários sociais muito profundos e interessantes usando as formas e as cores como caminho.


Nos filmes de Wes Anderson podemos perceber a importância de um estudo de cor e uma pesquisa de direção de arte bem realizados. O rigor e a abundância visuais de seus filmes causam sensações que só são sentidas em sonhos. Não é para menos: seus pequenos mundos são um tanto quanto oníricos, mas não no sentido de serem sempre bons. Há muitas camadas, muitas delas sutis, nas situações e nas reações de seus personagens, e que também são vistas no ambiente que os cerca.


Aqui na Onze Trinta estudamos e cuidamos de cada projeto de forma meticulosa, inspirados sempre pelo cuidado que Wes Anderson tem com os visuais de seus filmes. Temos especialista com anos de experiência na área, e estudiosos e pesquisadores do tema, tudo para sempre dar o melhor para nossos projetos. Quer saber mais? Saiba o que a Onze Trinta pode fazer por você.

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