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Pesquisa Histórica no Audiovisual



Temos visto, nos últimos anos, uma presença forte de produtos audiovisuais com temática histórica nas telas (de todos os tamanhos). Algumas dessas peças são até usadas como fonte de informações, mesmo que incompletas ou romantizadas, e essa nova forma de difusão do conhecimento histórico precisa, antes de tudo, de uma pesquisa bem elaborada e completa para acontecer.


O papel do pesquisador

Podemos pensar que a valorização do profissional de pesquisa histórica é o primeiro passo para uma construção objetiva e fiel do contexto histórico a ser retratado, certo? Mas, infelizmente, não é isso o que acontece. Normalmente, se pensa apenas no produto final, e a pesquisa é deixada muitas vezes como algo secundário; tanto que o historiador / pesquisador acaba entrando como apenas consultor depois do roteiro já realizado, enquanto para uma relação histórica de maior fidelidade (quando é isto o que se busca) precisa de uma extensa pesquisa nas primeiras etapas de criação. Desta forma é encontrada a interação recíproca entre os dados de pesquisa e a linha narrativa buscada.


Relação com o pesquisador

Para entender onde o contexto entra na criação de peças com temas históricos, o primeiro passo é manter na mente que cinema não é história. Assim as pesquisas para audiovisual podem ser bem diferentes para o historiador. Inclusive, não é algo que deve ser sempre cobrado: nem todo filme possui uma pesquisa histórica, e isso não deve ser motivo para diminuir a obra.


Contexto histórico

Quando falamos de história, há sempre um recorte, mas estes não precisam necessariamente estar em fidelidade, especialmente em obras de ficção. Porém, há sempre uma importância na imagem. O que a imagem reflete? Qual é essa realidade que é mostrada e vista pelas telas? Qual o recorte histórico deve ser mostrado? Para isso, é preciso que todo o contexto histórico seja analisado: desde as relações políticas aos conceitos estéticos. A partir deste contexto se tem os direcionamentos que irão compor a peça audiovisual, desde roteiro, até mesmo a parte visual, como cenários, locações, figurinos e caracterização.


História em roteiro

Transformar uma pesquisa histórica em roteiro é um processo à parte: requer um processo de condensação, seleção, construção de sentido. Se pensarmos a ficção como o oposição direta da história, há a necessidade de encontrar um meio termo, um caminho alternativo que una esses conceitos tão divergentes. Muitos filmes históricos poderiam ter sua abordagem enriquecida caso houvesse uma maior compreensão da narrativa, e o contrário também é válido: a liberdade artística e ficcional não é limitada pela história.


Objetos e espaços

Uma caracterização importante quando falamos de peças históricas é a determinação de objetos e espaços. Como já dissemos anteriormente, entender a história de uma maneira visual ajuda na contextualização do momento: roupas, cenários, locações, caracterização, decoração de set… tudo deve ter um propósito para compor o momento histórico. E aqui o papel do pesquisador se faz muito presente que, junto do produtor de objetos, procura e define quais figuras devem aparecer ou não.


A pesquisa histórica no audiovisual é muito importante para a construção do sentido, quando falamos de uma peça histórica. Mesmo que o tema seja contemporâneo (e às vezes até mesmo a seleção de trilha) algo deve indicar o período, ou uma era, ou um contexto histórico, para que a narrativa se desenvolva e até mesmo o comportamento dos personagens faça sentido. Valorizar o profissional de pesquisa é fundamental neste processo, e mais ainda entender que história e ficção podem caminhar juntas.


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