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O Plano-sequência no Cinema

Como diretores inovam e continuam usando uma técnica que parece simples, mas que requer muita habilidade?



Um take único em que a ação se desenvolve de forma fluida, sem cortes. Esse é o plano-sequência que, nesta temporada de premiações do cinema, conquistou a atenção e algumas das mais cobiçadas estatuetas, tendo o diretor Sam Mendes em seu mais novo realizador.


Filme de guerra renovado

1917 não é um filme de argumento inédito. Filmes de guerra estão sempre presentes em Hollywood e no circuito mundial, e todos tentam buscar uma nova face ou mostrar a humanidade que ainda existe quando se está em um campo de batalha. Contudo, o filme de Sam Mendes era um dos mais cotados para levar um dos maiores prêmios do domingo de Oscars, o de Melhor Filme. As previsões, no entanto, estavam enganadas, mas a qualidade é inegável.


Genialidade e técnica

Ao entregar um filme todo em plano-sequência, o diretor deu uma nova vida a um tema tão antigo e usado, um outro olhar para uma história que não é tão nova. Mas o que faz o plano-sequência ser algo tão especial? Há duas maneiras de fazê-lo: em cena, durante a gravação, ou na montagem, com a junção de vários planos longos, com cortes sutis e bem realizados para não perder a sensação de continuidade (que é o caso do aclamado 1917). E é claro que a técnica não é recente: a ideia vem do fim dos anos 1940 pelo diretor Alfred Hitchcock, em seu filme Festim Diabólico (1948).


Teoria, crítica e prática

Para Jacques Aumont e Michel Marie em seu Dicionário Teórico e Crítico de Cinema (Editora Papirus, 2009, p. 230), o plano sequência sempre foi um objeto incômodo, já que “obriga a admitir que pode haver montagem no interior de um plano”, uma cutucada a quem, como Eisenstein e Mirty, oferece à segmentação tradicional dos cortes a ferramenta imensurável de diálogo da montagem. Discussões teóricas à parte, é fato que o plano-sequência é um recurso valioso para o cinema, e normalmente rende cenas clássicas e marcantes.


O principal desafio (e o que demonstra uma grande habilidade técnica), no entanto, é não poder lidar com imprevistos; tudo deve ser minuciosamente ensaiado, e todos os departamentos devem estar alinhados perfeitamente: como transitar pelo espaço dos cenários, como mascarar os equipamentos e também como incorporar improvisos e pequenos acidentes ao projeto. Portanto, os filmes que empregam a técnica normalmente são marcantes e muito premiados, já que requerem uma qualidade impecável de produção e, principalmente, direção.


Equipes bem treinadas, audiovisualmente transformadores; esta é a Onze Trinta. Tem uma história para contar? Saiba o que a Onze Trinta pode fazer por você.

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