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05 de novembro: Dia do Cinema Nacional

Em tempos de questionamentos, a Onze Trinta faz uma retrospectiva da história do cinema brasileiro neste dia nacional.

No mundo, a primeira exibição de cinema ocorreu em dezembro de 1895, em Paris. O Brasil não ficou muito atrás: por aqui a primeira exibição aconteceu no semestre seguinte, em julho de 1896. No entanto, o cinema nacional só iniciou sua história em produções em 1898, com uma série de documentários realizados pelos imigrantes italianos Affonso e Paschoal Segreto. De lá pra cá, muita coisa mudou, e o Cinema Brasileiro é reconhecido por todo o mundo.


Século XX e a Expansão

Um dos principais problemas na expansão das salas de cinema era a falta de energia elétrica, ainda não tão acessível no início do século XX. Durantes as décadas de 1920 e 1930, no entanto, o impulso maior foi dado com os ciclos regionais, e com as publicações das revistas Cinema para Todos, Selecta e Cinearte. Foi também nos anos 1930 que surgiu o primeiro grande estúdio do Brasil, o Cinédia.


Atlântida, Vera Cruz e as Chanchadas

É a partir dos anos 1940 que surgem as Chanchadas, filmes de humor de baixo orçamento, que despontaram com a companhia de cinema Atlântida Cinematográfica no Rio de Janeiro (tendo como principais atores nomes como Oscarito e Grande Otelo). Até a década de 1950 a Chanchada fez muito sucesso, e foi nessa mesma década que surgiu o estúdio Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, o primeiro nos moldes de Hollywood, e teve Mazzaropi como artista de destaque. Foi do Vera Cruz que saiu o filme O Cangaceiro (1953), primeiro brasileiro a ganhar um prêmio no Festival de Cannes.


Cinema Novo

Na década seguinte (1960) o cinema brasileiro ganha um novo fôlego com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, com temas de cunho social e político. Após o golpe civil-militar de 1964, a abordagem desses cineastas centraliza-se na classe média urbana. Nesse período, destaca-se Terra Em Transe (1967) de Glauber Rocha, que busca contornar a censura vista no Regime Civil-Militar. É no final da década de 1960 que é criada a Embrafilme, organismo estatal que financia, produz e distribui filmes, e que traz condições para que a produção nacional se multiplique.


Cinema Marginal e as Pornochanchadas

Alinhadas com o movimento de contracultura, as produções – também conhecidas como Úrdigrudi – apresentavam ideologias revolucionárias e envolvimento com o Tropicalismo (movimento cultural da mesma época). As maiores produtoras dessa vertente foram a Boca do Lixo em São Paulo e a Belair Filmes no Rio de Janeiro e, por conta de seus temas e ideais, sofreram com a forte censura por parte do regime civil-militar. Um filme de destaque desta época é O Bandido da Luz Vermelha (1968). Já no começo dos anos 1970 as produções de destaque eram as pornochanchadas, baseadas em comédias italianas e com forte teor erótico. No entanto, a partir dos anos 1980 essas comédias sofreram uma perda de público com a chegada do cinema pornográfico hardcore, que invadia o país. Mas mesmo assim, filmes como o dos Trapalhões e o sucesso Dona Flor e seus Dois Maridos (1976) atraíam milhões de pessoas para o cinema.


Os Anos de Crise e a Retomada do Cinema Nacional

Os anos 1980 foram marcados principalmente pelo fim do regime autoritário no Brasil e pela grave crise econômica vinda a seguir. Assim, as produtoras não tinham dinheiro para produzir os filmes e, ao mesmo tempo, os espectadores também não tinham condições de assisti-los. A crise se agrava no governo Collor e, além das privatizações, são extintos o Ministério da Cultura, a Embrafilme, o Concine e a Fundação do Cinema Brasileiro. Foi só após a metade da década de 1990, e após o Plano Real que o cinema brasileiro consegue se recuperar, no período conhecido como “Cinema de Retomada”. A partir dessa época é que a produção de filmes cresce, e é criada a Secretaria de Desenvolvimento do Audiovisual, sendo implementada a “Lei do Audiovisual” na nova legislação. É nessa época que o filme Central do Brasil (1998) ganha o mundo com suas indicações ao Oscar.


Século XXI, Cinema Atual e a Pós-Retomada

A partir dos anos 2000 o cinema nacional adquire novamente reconhecimento internacional, com vários filmes premiados em festivais e com indicações ao Oscar. É nesse período que o cinema brasileiro se consolida, mesmo com as crises financeiras e políticas. Com a popularização das salas de cinema e das tecnologias de exibição e transmissão, o cinema também cresce dentro do próprio país. Hoje a produção audiovisual nacional além de rica é plural, com muitos temas, estéticas, personagens e situações. Como destaque, os filmes Cidade de Deus (2002), Carandiru (2003), Tropa de Elite (2007), Que Horas Ela Volta? (2015) e, neste ano, Bacurau (2019).


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